O significado de alterações congênitas nas mãos estende-se a qualquer condição da mão e do antebraço desde o nascimento, podendo afetar a aparência e a função do membro.
As alterações congênitas das mãos surgem ainda no início da gravidez, quando os membros superiores da criança estão em formação. Em muitas situações não há como apontar com exatidão as causas dessa condição.
Ter uma mão diferente pode ser um desafio físico e emocional, mas muitas crianças são capazes de se adaptar sem qualquer tratamento. Algumas delas podem precisar de terapia ocupacional, cirurgia ou outros tratamentos para melhor funcionalidade e independência.
As diferenças de mãos normalmente não são identificadas antes do nascimento. Eventualmente, diferenças como um dedo extra ou ossos ausentes podem ser percebidas no ultrassom pré-natal. Ocorre em média entre 2 a cada mil nascidos, sendo mais comum em meninos.
As doenças congênitas das mãos são divididas em quatro grupos:
- Malformações: ocorre quando a mão ou braço não se desenvolve normalmente durante a gestação;
- Deformações: ocorre quando a mão e o braço começam a se desenvolver, mas são impedidos por alguma razão;
- Displasia: envolve o crescimento excessivo de parte ou de toda a mão, assim como a geração de tumores;
- Síndromes: em que a diferença da mão faz parte de um espectro maior de doenças.
As malformações acontecem quando os membros superiores do bebê estão se formando. Deformações e displasia podem surgir mais tarde na gravidez.
Causas de Alterações Congênitas nas Mãos
A deformidade congênita pode estar associada a uma condição médica ou síndrome que prejudica outras partes do corpo. Mas também podem ser hereditárias.
Na grande parte dos casos, a causa é desconhecida.
Alterações congênitas nas mãos: quais são elas?
Há muitos tipos de alterações de mão, e sua variação pode ser maior ou menor. A seguir, vamos conhecer algumas das condições mais comuns:
Sindactilia
A sindactilia é uma conexão anormal dos dedos entre si (dedos entrelaçados ou fundidos, pois não ocorreu a separação durante o desenvolvimento), tipo de deformidade nas mãos mais comum que existe.
Essa condição pode incluir várias formas:
Sindactilia simples, quando a forma dos dedos são unidos por pele ou outro tecido mole;
Sindactilia complexa, quando os ossos dos dedos são fundidos. Essa condição apresenta um tratamento mais complicado, pois além do osso, os dedos também podem compartilhar uma unha, nervos, músculos, vasos sanguíneos e tendões.
Polidactilia
Polidactilia é a existência de um ou mais dedos extras na mão, podendo ser um membro pequeno e não funcional feito apenas de pele e tecido mole ou totalmente formado com ossos. Normalmente localizado ao polegar ou dedo mínimo, raramente estará entre os outros dedos.
Essa condição está ligada a fatores hereditários e às vezes associada a outras condições médicas ou síndromes. Em alguns casos, bebês que nascem com polidactilia também terão sindactilia.
Deficiência de membros
A deficiência de membros acontece quando um bebê nasce com mãos ou braços menores que o normal ou ausentes.
Essa condição pode ser definida como:
- Radial: o osso do rádio e os tecidos moles no antebraço não se desenvolvem corretamente, fazendo com que a mão afetada seja dobrada para dentro no sentido ao lado do polegar do antebraço. O antebraço também pode apresentar encurtamento e o polegar pode ser menor que o habitual ou ausente – condição conhecida como hipoplasia do polegar.
- Transversal: essa condição tem aparência parecida à de uma amputação, pois todos os elementos abaixo de um nível do braço estão ausentes – também conhecida como amputação congênita.
Síndrome da banda amniótica
O âmnio é a membrana que compreende e protege o bebê em formação. Se esta membrana se romper durante a gestação é provável que os fios soltos se enrolem em torno do corpo do bebê causando lesões (ABS).
Em situações mais leves, podem ocasionar um pequeno sulco ou formação de uma curva em um dos dedos, ou membros do bebê. Já nos casos mais graves, uma banda amniótica pode ser apertada o suficiente para comprimir o fluxo sanguíneo, levando à amputação de dedos ou partes do braço antes do nascimento.
Alterações congênitas nas mãos e seu diagnóstico
A grande maioria das alterações congênitas nas mãos pode ser identificada logo após o nascimento. Um pediatra deverá realizar um exame cuidadoso na mão e no braço do bebê, podendo na grande maioria dos casos diagnosticar o tipo exato.
Outros casos são mais complexos e o pediatra deverá encaminhar o bebê a um ortopedista infantil para confirmar o diagnóstico. Assim como testes adicionais que determinarão se outras partes foram afetadas, como por exemplo, coração ou rins.
Tratamento
O objetivo para o tratamento das alterações congênitas nas mãos é melhorar ao máximo a função e o aspecto da mão afetada. Em alguns casos a terapia ou cirurgia para tornar a criança mais independente é indicada.
Para determinar o tratamento adequado o ortopedista infantil deverá considerar:
- A idade e saúde do paciente;
- Tipo de extensão da condição;
- Fator que levou a essa condição;
- Necessidades e interesse do paciente.
Tratamento não cirúrgico
- Recreação terapêutica: utiliza-se de brincadeiras, esportes, entre outras atividades, para melhorar o bem estar de uma criança;
- Fisioterapia: exercícios que fortalecem o braço, a mão e melhoram os movimento do punho e dos dedos;
- Terapia ocupacional: exercícios e treinamento que melhoram habilidades necessárias para atividades do cotidiano.
Tratamentos cirúrgicos
Existem diversos procedimentos cirúrgicos para corrigir alterações congênitas nas mãos, o ortopedista avalia o melhor procedimento de acordo com a idade e condição que a criança possui. Os procedimentos para diferenças nas mão incluem:
- Separação de dedos unidos;
- Remoção de dedos extras;
- Reconstrução de dedos ou outras partes da mão.
Há indícios de que crianças que apresentam pequenas alterações nas mãos têm um impacto psicológico negativo maior do que aquelas que apresentam uma condição mais significativa. Por essa razão é tão importante os pais compartilharem as suas preocupações com o ortopedista, para evitar possíveis sofrimentos psicológicos nas crianças com essas condições.
Para um diagnóstico adequado, não deixe de marcar sua consulta!