Treinos de força (ou resistência) na academia possuem diversos benefícios para a saúde, como a melhora do coração e pulmões, fortalecimento dos ossos, diminuição de gordura no sangue e melhora da saúde mental.

O treino de musculação é muito comum entre os adultos, mas vem ganhando espaço entre as crianças.

Mas será que a prática é apropriada para os pequenos?

A grande dúvida que surge quando o assunto é musculação para crianças é se elas realmente podem realizar esse tipo de treinamento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a resposta é sim. Desde que haja supervisão de um profissional e respeito aos limites físicos dos pequenos.

Segundo o Departamento Científico de Medicina do Esporte da SBP, hoje em dia aceita-se o início prematuro da musculação em crianças pré-púberes que têm pelo menos de 8 anos, desde que devidamente adaptada à idade de quem pratica.

A fase pré-púbere antecede a puberdade, fase de transição entre a infância e a idade adulta, em que o corpo passa por intensas modificações, que ocorrem nas meninas, entre 8 aos 13 anos, e nos meninos entre 9 aos 14 anos.

A musculação se for realizada de maneira correta na infância pode gerar muitos benefícios. Como o equilíbrio e o controle postural alcançam sua maturidade por volta dos 8 anos de idade, o ideal é começar os treinos após atingir essa faixa etária, praticando as orientações de exercícios e acompanhamento profissional, com a finalidade de minimizar qualquer risco de lesão.

Em pré-adolescentes, os ganhos de força acontecem por um mecanismo neurológico pelo qual o treinamento aumenta o número de neurônios que são “recrutados” para disparar a cada contração muscular.

Já com a puberdade em meninos e meninas, o crescimento muscular normalmente ocorre  por hipertrofia muscular (aumento do volume do músculo).

Os treinos devem ter pelo menos 20 a 30 minutos de duração, ocorrer 2 a 3 vezes por semana e como já falamos anteriormente, sempre supervisionados por um profissional habilitado. Devendo incluir todos os grupos musculares, atividades para o core (abdômen, lombar, glúteos e músculos oblíquos) e devem ser realizados utilizando todo o arco de movimento.

Crianças devem treinar inicialmente sem peso, seguido de carga baixa. Já os adolescentes devem começar com uma carga baixa até que adquiram habilidade durante a técnica do movimento de cada exercício.

Importante destacar que toda criança, pré adolescente e adolescente devem realizar uma consulta médica para avaliação antes de qualquer atividade esportiva, até mesmo na musculação, de forma a constatar se ela possui alguma restrição na parte ortopédica, cardíaca ou pulmonar.

Crianças com histórico de hipertensão arterial, que fizeram tratamento para câncer, devem obrigatoriamente passar por avaliação médica para serem orientadas em relação ao tipo de exercícios mais adequado. Pacientes com doenças cardíacas, hipertensão pulmonar e Síndrome de Marfan também precisam ser avaliados com cautela.

Recomendações

  • Técnicas adequadas e precauções de segurança devem ser seguidas;
  • Pré-adolescentes e adolescentes devem evitar “lifting”, “body building” e exercícios de carga máxima até que atinjam a maturidade física e esquelética;
  • Não devem usar substâncias que aumentam o desempenho ou anabolizantes esteróides;
  • Crianças com doença cardíaca congênita complexa devem ter uma consulta com um cardiologista pediátrico antes;
  • O condicionamento aeróbico deve ser combinado com resistência se os benefícios gerais para a saúde forem o objetivo;
  • Os programas devem incluir 10 minutos para aquecimento e recuperação de 15 minutos;
  • Os atletas devem ter ingestão adequada de líquidos e nutrição adequada, pois ambos são importantes na manutenção de reservas de energia muscular, recuperação e desempenho;
  • Qualquer sinal de doença ou lesão por treinamento de força devem ser avaliados completamente antes de permitir a retomada do programa de exercícios;
  • Os instrutores ou personal trainers devem ter certificação refletindo qualificações específicas em treinamento infantil.

Técnica adequada e supervisão rigorosa por um instrutor qualificado são componentes críticos de segurança em qualquer programa de treinamento de força envolvendo crianças, pré-adolescentes e adolescentes.

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