A paralisia de Erb, é uma das formas de paralisia do plexo braquial (Paralisia Obstétrica). Ela recebeu esse nome, referente ao primeiro médico que descreveu a condição, Wilhelm Erb.
Os nervos do plexo braquial(rede de nervos que se localiza no pescoço, dando origem a todos os nervos do braço), são responsáveis pelo movimento e sensibilidade do ombro, braço, mão e dedos. A paralisia congênita nessas estruturas representam fraqueza e perda nos movimentos dos membros.
A incidência desta condição é baixa, em média dois a cada mil bebês sofrem com esse problema. A paralisia de Erb é geralmente causada por um parto difícil, quando a cabeça do bebê é forçada para o lado.
Os recém-nascidos que sofrem com a paralisia do plexo braquial, geralmente recuperam o movimento e a sensibilidade no braço afetado, com o auxílio de exercícios de fisioterapia.
Descrição e causas da Paralisia de Erb
O plexo braquial é uma rede de nervos entrelaçados que controla o movimento e a sensibilidade do ombro, braço e mão. Quando ocorre a paralisia de Erb, são afetados os nervos superiores do plexo braquial, podendo impossibilitar o movimento do ombro, mas permanecendo o movimento dos dedos e punho.
Em casos que ambos os nervos, inferiores e superiores, estejam lesados, o problema torna-se mais grave. Esta condição é chamada de paralisia do plexo braquial, global ou total.
As lesões nervosas podem ser divididas em quatro tipos, todas podem ocorrer no mesmo paciente e simultaneamente. Os sintomas causados são: perda de sensibilidade, paralisia parcial ou completa. Vamos conhecer os quatro tipos de lesão dos nervos:
- Neuropraxia: é a lesão mais comum, ela causa um estiramento no nervo, mas não rompe o tecido. Normalmente essa lesão cicatriza sozinha, podendo levar até 3 meses;
- Neuroma: este caso é mais grave comparado a neuropraxia e ocorre quando algumas fibras nervosas são danificadas. O tecido afetado acaba forçando a outra parte do nervo saudável. Geralmente a recuperação desta lesão é parcial;
- Ruptura: é uma lesão por estiramento que causa o rompimento do nervo. Nesse caso, não ocorre a cicatrização por conta própria. O tratamento para esse tipo de lesão, pode ser feito com o enxerto de nervo, retirado de outro nervo saudável da criança.
- Avulsão: acontece quando um nervo é arrancado da medula espinhal. Neste caso não é possível reparar a lesão, mas podem ser restauradas algumas funções do braço, utilizando um nervo doador, retirado de outro músculo. A ruptura e a avulsão são os tipos mais graves de lesão nervosa.
As lesões por estiramento do plexo braquial em bebês, geralmente ocorrem em um parto difícil, com um recém-nascido grande ou um trabalho de parto prolongado, que por complicações, seja necessário exercer força para puxar o bebê do canal de parto. Assim, se um lado do pescoço da criança for forçado, os nervos podem ser estirados.
Sintomas
Os sintomas da paralisia obstétrica, incluem:
- Fraqueza em um braço;
- Perda de sensibilidade no braço;
- Paralisia total ou parcial no braço.
Diagnóstico
O médico do bebê realiza o diagnóstico da paralisia de Erb com exame físico e avaliação da fraqueza do braço do recém-nascido. Alguns exames de imagem podem ser solicitados para certificar que não houve danos nos ossos e articulações do pescoço e do ombro, causados pela lesão do nervo. Os exames podem incluir: raio-x, ressonância magnética e ultra som.
Tratamento
Geralmente os pacientes com paralisia de Erb se recuperam naturalmente nos primeiros meses de vida, mas os nervos podem levar até 2 anos para regenerar completamente. As visitas ao médico devem ser frequentes, para acompanhar a melhora dos sintomas da criança.
Tratamento não cirúrgico
Um dos métodos de tratamento convencional mais utilizado, são os exercícios de fisioterapia. A ajuda dos pais é fundamental para a recuperação da paralisia. Já que o recém-nascido não tem controle sobre o movimento do braço, os pais devem manter as articulações flexíveis e os músculos em forma, utilizando-se dos exercícios que o fisioterapeuta recomendar.
A fisioterapia pode ser utilizada a partir da terceira semana de vida do bebê. Os exercícios são responsáveis por manter o movimento das articulações do ombro, cotovelo, punho e mão. Essa prática evita que as articulações fiquem rígidas, uma condição chamada de contratura articular.
Tratamento cirúrgico
Quando não há uma melhora nos nervos afetados, de 3 a 6 meses, o médico do bebê pode recomendar uma cirurgia, para auxiliar na recuperação da paralisia de Erb. Vamos conhecer alguns procedimentos cirúrgicos.
Microcirurgia
Neste método são utilizados microscópio e pequenos instrumentos cirúrgicos. Essa prática, geralmente, não restaura completamente a função das articulações afetadas e pode não ser útil para bebês mais velhos.
- Enxerto de nervo: pode ser utilizado para tratar a ruptura do nervo, dependendo da lesão. O procedimento consiste na retirada de tecido de outro nervo da criança para a realização de uma “emenda”.
- Transferência nervosa: em alguns casos podem ser transferidos nervos saudáveis em um músculo(doador), para a estrutura que sofreu a lesão, assim, ajudando na recuperação do movimento e da sensação do braço afetado.
Os nervos possuem uma recuperação muito lenta, podendo levar meses ou anos para os tecidos reparados no pescoço alcançarem os músculos do antebraço e da mão.
Resultados
Parte das crianças que sofrem com paralisia de Erb, e com outras formas de paralisia de nascimento do plexo braquial, permanece com fraqueza no ombro, braço ou mão, mesmo após a realização de algum tratamento.
Na medida que a criança cresce, o médico especialista pode recomendar outras formas de tratamento cirúrgico, que podem melhorar as funções das articulações debilitadas.
Vivendo com Paralisia de Erb
As crianças com paralisia de Erb podem possuir visivelmente o braço afetado menor, comparado ao outro membro. Essa diferença de comprimento pode ocorrer, pois os nervos possuem um efeito sobre o crescimento, causando o desenvolvimento mais lento do braço com paralisia.
Quando uma criança possui paralisia de Erb o mais importante é não focar nas limitações dela, mas sim, ajudar a desenvolver as habilidades possíveis, conforme seus sintomas. Desta forma a criança cresce com um senso saudável de autoestima.
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