Pés chatos, uma condição em que o arco do pé é ausente pois colapsa para baixo, são uma preocupação comum entre os pais no consultório do Ortopedista Infantil. Embora a maioria dos pés chatos em crianças sejam flexíveis e indolores, alguns casos podem causar desconforto ou problemas de marcha. Nestas situações, a cirurgia pode ser considerada.
Esta página explora as opções cirúrgicas para pés chatos em crianças.
Por que Cirurgia para Pés Chatos?
A cirurgia para pés chatos em crianças geralmente é reservada para casos que não respondem a métodos de tratamento conservadores como órteses, fisioterapia ou palmilhas. Esses métodos visam melhorar o suporte do arco e aliviar a dor.
No entanto, a cirurgia pode ser necessária para crianças que apresentam:
- Dor persistente: Dor que interfere nas atividades diárias ou não melhora com tratamento conservador.
- Anormalidades da marcha: Cansaço, mancar ou andar de forma irregular devido aos pés chatos.
- Artrite: Sinais precoces de degeneração articular devido ao estresse excessivo no pé, com inflamação crônica nas articulações do pé e tornozelo.
Tipos de Cirurgia para Pés Chatos em Crianças
Diversas técnicas cirúrgicas podem tratar os pés chatos em crianças, dependendo da gravidade e da causa da condição. Aqui estão alguns procedimentos comuns:
- Alongamento e Transferência de Tendões: Alongar ou redirecionar os músculos e tendões para fornecer melhor suporte ao arco. Os tendões específicos usados dependem do tipo de deformidade do pé chato e do grau de encurtamento deles.
- Calcâneo-Stop: Este procedimento minimamente invasivo implanta um pequeno dispositivo (parafuso) para bloquear a eversão excessiva articular do tálus sobre o calcâneo e melhorar a estabilidade do arco.
- Osteotomias ou Artrodese (Fusão Articular): Estas são opções de último recurso, remodelando ou unindo os ossos do pé e tornozelo para casos graves com deformidade ou dor significativa.
Recuperação após a Cirurgia do Pé Chato
O tempo de recuperação varia dependendo da cirurgia realizada. Normalmente, envolve:
- Imobilização: Uso de gesso ou bota ortopédica por algumas semanas para permitir a cicatrização adequada.
- Fisioterapia: Exercícios para recuperar força, flexibilidade e mecânica adequada da marcha.
- Retorno gradual às atividades: Retomada lenta das atividades normais conforme instruído pelo cirurgião.
Considerações Importantes
Consultar um cirurgião ortopédico pediátrico credenciado é crucial para discutir a necessidade de cirurgia e a técnica mais adequada para seu filho. Aqui estão alguns pontos-chave a serem considerados:
- Benefícios vs. Riscos: Avaliar os benefícios potenciais de alívio da dor e melhora da função contra os riscos associados à cirurgia.
- Alternativas: Discutir todas as opções de tratamento disponíveis, incluindo métodos conservadores, antes de optar pela cirurgia.
- Resultados a Longo Prazo: Compreender as taxas de sucesso a longo prazo e as complicações potenciais do procedimento escolhido.
Conclusão
Embora a cirurgia não deva ser a primeira linha de tratamento para pés chatos em crianças, pode ser uma opção viável para crianças que apresentam dor persistente ou problemas de marcha. Marque uma consulta com o Dr João Pedro, caso tenha mais dúvidas em relação aos tratamentos para pés chatos em crianças e adolescentes.
Perguntas Frequentes e Respostas:
Quando a cirurgia é uma opção para pés chatos flexíveis?
A maioria das crianças com pé chato flexível sintomático não precisa de cirurgia. Fisioterapia, alongamento, palmilhas ou alguma combinação destes resolverão a dor. A cirurgia só é recomendada para crianças que continuam com dor, apesar dos tratamentos conservadores. Mesmo assim, a cirurgia geralmente só é apropriada depois que o pé da criança estiver totalmente desenvolvido, por volta dos 8 ou 10 anos de idade.
Qual é a abordagem cirúrgica tradicional para pé plano flexível?
Antigamente, a única opção de cirurgia para pé plano flexível era a reconstrução total do pé. O procedimento, que pode levar de quatro a cinco horas, envolve cortar os ossos do pé e reorientá-los. Os pacientes não conseguem ficar em pé por várias semanas depois, e a recuperação completa leva uns quatro a seis meses.
Como funciona a cirurgia de Calcâneo-Stop?
Para este procedimento, fazemos uma pequena incisão de 1 a 2 cm perto do tornozelo, na região lateral, e colocamos um parafuso canulado no osso do calcanhar próximo à articulação com o tálus. O parafuso estabiliza o pé e atua como barreira mecânica, evitando que os ossos façam uma hiperpronação e retornem à posição plana. Dentro de dois a três anos, o parafuso não é mais necessário e pode ser removido.
Quanto tempo leva uma cirurgia minimamente invasiva de pé chato?
Isso depende se o tendão de Aquiles do paciente também precisa ou não ser alongado. Se o tendão de Aquiles não estiver tenso, os pacientes entram e saem da sala de cirurgia em cerca de duas horas. Se for preciso alongar o tendão de Aquiles, a cirurgia levará mais 30 minutos para alongamento e imobilização após o término.
Quanto tempo leva a recuperação de uma cirurgia minimamente invasiva de pé plano?
Isso também depende se o tendão de Aquiles precisa ser alongado. Pacientes que precisam apenas de um parafuso calcâneo-stop normalmente conseguem andar normalmente em menos de uma semana. Eles ficam afastados dos esportes até que estejam sem dor e com os cortes cicatrizados.
Se o tendão de Aquiles de um paciente for alongado, levará mais tempo para cicatrizar. Esses pacientes geralmente usam gesso na perna e pé (suropodálico) por um mês e depois fazem a transição para fisioterapia, podendo usar uma bota ortopédica “robofoot”. A maioria pode retornar aos esportes dentro de alguns meses.
Em ambos os casos, o pé da criança pode ficar um pouco dolorido durante os primeiros meses após a cirurgia. Isso é normal – os músculos do pé precisam se ajustar para ter um arco – e melhora com o tempo.
Há algum paciente para quem a reconstrução do pé com cortes nos ossos seja uma opção melhor do que o Calcâneo-Stop?
Um pequeno número de pacientes com deformidade mais grave ou rígida (pés não são flexíveis e/ou apresentam barras ósseas) ainda necessitará de cirurgia reconstrutiva.
No entanto, a opção minimamente invasiva é perfeitamente suficiente para muitos pacientes. Outra coisa boa sobre esse procedimento é que ele não altera o pé de uma forma que impossibilite outras cirurgias no futuro.
Lembre-se:
Ficou com alguma dúvida? Agende uma consulta com o Dr.João Pedro – Ortopedista Pediátrico em São Paulo para um diagnóstico seguro e o tratamento mais adequado para o seu filho.